sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Vestida De Verde















Bailando no vento
Faço reverência
Ao sonho fortuito
Miragem da vida
Que penso vá ser
Num dia qualquer
De qualquer data histórica
Mais que oratória
De demagogia
Vero fogo à pira
Força de existência
Total coerência
Com o que deva ser.
Não só a migalha
Caída da mesa
Nem fogo de palha
Nem só rebuliço
Agito à taquara
Bibelô barato
Um caco do eterno
Nem caricatura.
Mas coisa real
Completa e bonita
Que cause alegria
Que tenha valia
Que abrace o planeta
Sem muros, sem cercas
Sem um preconceito
Sem nada, nadinha
Que causa opressão
Dor ou desavença
E a todos convença
A darem-se as mãos.


 

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A Fragilidade Do Amor



Desculpas não te dou, existe um muro
Distância a vedar a tua face
No tempo há de ruir o doce enlace
Memória se fará em esconjuro.

Quisera fosse o amor, raro brilhante
Imaterial sem face, cor, olor.
Que resistisse ao tempo sem rompante
Sobrevivesse sem se decompor.

Quisera, mas é coisa frágil, pura
Que até conversa boba o macula
E some feito coelho na cartola.

Dengoso, uma piada não atura
Se for para ficar, até se imola
Mas longe, em seu desterro, passa a bola!


ANA MARIA GAZZANEO
SÃO PAULO
BRASIL



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Olhar fatal





Passo por ti tão isenta
Que me espanta a ousadia
Se o quisesse poderia
Roubar teus ais, se me intenta...

Os meus, castrados, lhe nego
Passo a segurar meu riso
O meu andar no impreciso
Dizem do meu desapego...

Depois, são outras conversas...
Riso bobo e a sensação
De real taquicardia...

A minha fala dispersa
Retrata-me assim imersa
Nesse mar de alegria.


ANA MARIA GAZZANEO
Bragança Paulista
São Paulo




domingo, 14 de novembro de 2010

LETRA E POESIA: Rindo da sorte

LETRA E POESIA: Rindo da sorte: "O riso amortalhado O prazo já vencido O corpo já fechado Cadê o paraíso?Só morte e esse descaso O fim do ledo sonho Na terra, pois me..."

Rindo da sorte


O riso amortalhado
O prazo já vencido
O corpo já fechado
Cadê o paraíso?
Só morte e esse descaso
O fim do ledo sonho
Na terra, pois me enfronho
Rasuro esta desdita.
No que deixo e que fica
O som de belo hiato
Pús fogo neste mato
Refém não sou  da vida! 


Ana Maria Gazzaneo
Bragança Paulista
São Paulo